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sábado, 20 de dezembro de 2014

Dr. Euryclides de Jesus Zerbini


O Dr. Euryclides de Jesus Zerbini foi o quinto médico do mundo a realizar o transplante de coração. Ele dizia: "Operar é divertido, é uma arte, é ciência e faz bem aos outros".
Em 1935, com 23 anos formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo e, mais tarde, especializou-se no Hospital das Clínicas em cirurgia geral. Nos Estados Unidos estudou cirurgia torácica, cardíaca e pulmonar. Começou a dedicar-se à cirurgia intracardíaca em 1945.




Em 1957 iniciou experiências para abertura do coração, em animais, utilizando circulação extracorpórea. Na Universidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, foi colega do Dr. Christian Barnard, o primeiro cirurgião a realizar um transplante cardíaco.
Revolucionário no trato de pacientes com complicações na área cardíaca, Dr. EuryclydesJesus Zerbini foi procurado por repórter de importante canal de televisão para uma breve entrevista. Depois de anunciar solenemente aos telespectadores a presença do ilustre cirurgião, o jornalista iniciou as indagações:
- Doutor Zerbini, quantas vidas o senhor avalia que salvou ao longo do seu missionário trabalho? O médico coçou a cabeça a maneira de alguém que recorre a memória e para o espanto do entrevistador Zerbini respondeu:
-Salvei uma vida...
-Como assim doutor?
-Sim é verdade! Lembro-me bem que num certo cair de tarde fui procurado por menino para atender a uma senhora, cuja vida estava se esvaindo.
A casa da enferma era na periferia onde pelo caminho não encontramos uma criatura sequer, até que junto ao portão do nosso destino, vimos amarrada a cerca de arame farpado, uma cabra.
Entramos na paupérrima moradia, onde a enferma encontrava-se totalmente imóvel sobre o leito de palha. Ao lado da moribunda uma amiga acompanhante que fixando em mim os olhos súplices, alegou conhecer uma simpatia que poderia curar a sua amiga, bastaria envolver o corpo da quase morta no couro de uma cabra recém-sacrificada... 
Caros repórter e telespectadores- disse o médico - naquele momento agradeci a acompanhante, em seguida disse a ela que faria algumas tentativas da medicina e caso não desse resultados...
A magérrima mulher suava febril e a madrugada ia alta, quando para minha surpresa, ela depois de fazer breves movimentos com as mãos, voltou-se para mim. 
Feliz coloquei meus instrumentais na maleta enquanto as duas amigas conversavam.
Cansado me dirigi ao portão e lá estava a cabra que olhou para mim enquanto eu dizia:
-Salvei a sua vida!


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