O
pretinho risonho, excelente rapaz
na
esquina trabalha defronte à padaria
engraxar
sapatos é tudo o que faz;
seu
porvir é um sonho, seu presente agonia
Nesse
interim de espera impassiva,
aproxima-se
um homem de porte elegante
‘’acelera
o serviço negrinho, que a vida
espera
por mim, sou gente importante’’
Inicia
o trabalho e a escova sibila
e
o dialogo prossegue em termos desiguais
pergunta
o homem: será que na vila
não
há outro trabalho, quem são teus pais?
meus
pais foram humildes lavradores
e
deixaram-me três joias preciosas
Na
luta, compensam-me estas flores
Dito,
Antonio Carlos e a pequena Ana Rosa
Meu
trabalho é honesto e traz felicidade
Nele
sou grande mesmo sendo tão pequeno
Quero
matar meu orgulho pra nascer humildade
Vou
lavar os pés do mundo como fez o Nazareno
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