Apometria, corrente
magnética e cromoterapia
Setembro/2009 - Por
Divaldo Pereira Franco
O médico carioca
residente em Porto Alegre desde os anos 50, Dr. José Lacerda, espírita que era
então, começou a realizar atividades mediúnicas normais numa pequena sala de
Hospital Espírita de Porto Alegre e ali realizou investigações pessoais que
desaguaram no movimento denominado Apometria.
Não irei entrar no
mérito nem no estudo da apometria, porque eu não sou apômetra: eu sou espírita,
mas o que posso dizer é que a Apometria, segundo os seus próprios seguidores,
não é Espiritismo. Suas práticas estão em total desacordo com as recomendações
de “O Livro dos Médiuns”.
A presunção de alguns
chegou a afirmar que a Apometria é um passo avançado ao Movimento Espírita e
que Allan Kardec encontra-se totalmente ultrapassado, já que sua proposta era
para o século XIX e parte do século XX, e que a apometria é o degrau mais
evoluído. A prática e os métodos violentos de libertação dos obsessores que
este e outros métodos correlatos apresentam, a mim me parecem tão chocantes que
me fazem recordar da lei de Talião, que já foi suavizada por Moisés, com o
código legal, e que Jesus sublimou através do amor.
De acordo com aqueles
métodos, quando as entidades são rebeldes os doutrinadores, depois de
realizarem uma contagem cabalística ou um gestual muito específico, as expulsam
com violência para o magma da Terra, substância ainda em ebulição do nosso
planeta, ou as colocam em cápsulas espaciais que são disparadas para o mundo da
erraticidade.
Não iremos examinar a
questão esdrúxula desse comportamento, mas se eu, na condição de espírito
imperfeito que sou, chegasse desesperado num lugar pedindo misericórdia e apoio
à minha loucura, e outrem, o meu próximo, me exilasse para o magma da Terra,
para eu experimentar a dureza de um inferno mitológico, ou ser desintegrado, ou
se me mandassem expulso da Terra numa cápsula espacial, renegaria aquele Deus
que inspirou esse adversário da compaixão.
A Doutrina Espírita,
baseada no ensino de Jesus, centraliza-se no amor e todas essas práticas novas,
das mentalizações, das correntes mento-magnéticas, psico-telérgicas, que, para
nós, espíritas, merecem todo respeito, mas não atêm nada a ver com Espiritismo.
O mesmo se dá com as
práticas da Terapia de Existências Passadas, realizadas dentro da Casa Espírita
ou da cromoterapia, que foge, totalmente, da finalidade do Espiritismo.
O mesmo se dá com as
práticas da Terapia de Existências Passadas realizadas dentro da casa espírita
ou da cromoterapia ou da cristalterapia, que fogem totalmente da finalidade do
Espiritismo.
A Casa Espírita não é
uma clínica alternativa. Não é lugar onde toda experiência nova deve ser
colocada em execução. Tenho certeza de que aqueles que adotam esses métodos
novos não conhecem as bases kardequianas e, ao conhecerem-nas, nunca as
vivenciaram.
Temos todo o material
revelado pelo mundo espiritual nestes tantos anos de codificação, no Brasil e
no mundo, pela mediunidade incomparável de Chico Xavier; as informações que
vieram pela notável Yvonne do Amaral Pereira; por Zilda Gama e por tantos
médiuns nobres conhecidos e desconhecidos.
Então, se alguém
prefere a Apometria, divorcie-se do Espiritismo. É um direito! Mas não misture
para não confundir. A nossa tarefa é de iluminar, não é de eliminar. O espírito
mau, perverso, cruel é nosso irmão na ignorância. Poderia haver alguém mais
cruel do que o jovem Saulo de Tarso? Ele havia assassinado Estevão a pedradas,
havia assassinado outros, e foi a Damasco para assassinar Ananias. Jesus não o
colocou numa cápsula espacial e disparou para o infinito. Apareceu a ele!
Conquistou-o pelo amor. “Saulo, Saulo, por que me persegues?” pode haver maior
ternura nisso? E ele tomado de espanto perguntou: “Que é isto?” “Eu sou Jesus,
aquele a quem persegues”. E ele, então, caiu em si. Emmanuel ensina que o termo
“caindo em si” significa que a capa do ego cedeu lugar ao encontro com o ser
profundo. Ele despertou, e graças a ele nós conhecemos Jesus pela sua palavra,
pelas suas lutas, pelo alto preço que pagou, apedrejado várias vezes, jogado
por detrás dos muros nos lugares do lixo, foi resgatado pelos amigos e
continuou pregando.
Então, os espíritos
perversos merecem nossa compaixão e não nosso repúdio. Coloquemo-nos no lugar
deles.
Não temos nada contra
a Apometria, as correntes mento-magnéticas, aquelas outras de nomes muito
esdrúxulos e pseudocientíficos. Mas, como espíritas, nós deveremos cuidar da
proposta Espírita.
Na minha condição de
Espírita, exercendo a mediunidade por mais de 60 anos, os resultados têm sido
todos colhidos na árvore do amor e da caridade e a nossa mentalidade espírita
não admite ritual, gestual, gritaria, nem determinados comportamentos.
(transcrito do
programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova
a partir de palestra de Divaldo Pereira Franco
a partir de palestra de Divaldo Pereira Franco
Nenhum comentário:
Postar um comentário